CORPO_NÓS é uma ocupação cultural desenvolvida pelos participantes do Percursos Formativos – projeto piloto de formação cultural e profissional para jovens no MAR.
Com patrocínio do BNDES, o projeto foi integrado por aulas, oficinas, conversas, visitas e palestras organizadas em sete percursos de formação – Museologia e Montagem, Educação Museal, Curadoria e Pesquisa, Produção Cultural, Oficina Palavra-Imagem, Práticas Artísticas Contemporâneas e o desenvolvimento de um projeto cultural coletivo – e contemplou 15 jovens com bolsas de estudo ao longo de cinco meses.
Após este período de formação intensiva, com mais de 400 horas de aulas e prática profissional, os participantes dos Percursos Formativos, com idades entre 16 e 20 anos e oriundos de escolas da rede pública de ensino, desenvolveram uma série de ações, a partir das atividades do projeto e de seus interesses, organizadas em três eixos curatoriais – museu, território e construção de si – a ocupação CORPO-NÓS.
As ações foram desenhadas ainda em diálogo com duas exposições em cartaz no MAR – Rua! e UóHol – por sua confluência com as propostas do projeto, e têm como elemento central o dispositivo móvel de mediação – Espaço Concha – desenvolvido especialmente para o projeto pelo Estúdio Chão. O Espaço Concha é um dispositivo articulado em pequenos vagões presos à um triciclo que, uma vez estacionado e aberto, estabelece as condições para a realização de oficinas, rodas de conversa, entrevistas, pequenas mostras, entre outras ações que serão ativadas em diversos lugares do MAR e nas praças da Região Portuária.
De modo geral, as ações buscam trazer para o MAR pessoas que normalmente não frequentam os museus e, nesse sentido, foram pensadas com o intuito de criar experiências em que o público participe ativamente e de diversas maneiras. Foram convidados também artistas, pesquisadores, ativistas e produtores que colaboram para o desenvolvimento da cena cultural em seus territórios, especialmente nas periferias do Rio e na Baixada Fluminense, com foco em manifestações como a cultura da pipa, do rap e do funk, as artes gráficas urbanas, entre outras.
As ações colocam em debate também questões fundamentais para o desenvolvimento dos museus na atualidade, tais como representatividade dos corpos negros e periféricos, performatividade de gênero, entre outras, a partir da investigação de novas epistemologias e pedagogias, tendo a arte como instrumento de descolonização de saberes, práticas e olhares.
Toda a programação é gratuita e as vagas serão preenchidas por ordem de chegada e sujeitas a lotação indicada.
Programação geral:
28/01 – Terça- feira
10h – 12h – Ativação Espaço Concha – Pilotis MAR e Praça Mauá
– Ativações “É da rua que eu venho”
Corpo, cidade, cruzamentos. Convidamos os públicos a refletir e a produzir utilizando diferentes materiais a partir de estímulos aos sentidos (olfato, audição e tato), sobre os atravessamentos da cidade em seus corpos, buscando retomar e entender os afetos e efeitos da cidade.
14h – 17h – Ativação Espaço Concha – Exposição “RUA”
– Batalha de Conhecimento “Gênero, racismo e marginalização” – Com Coletivo FALA e Lanatanpa
A Batalha de Conhecimento será realizada por dois coletivos convidados da Baixada Fluminense: Coletivo FALA e Lanatanpa. Através do som do hip-hop e das palavras rimadas, serão debatidas as temáticas gênero e igualdade, racismo e marginalização. .
Sobre os coletivos:
Coletivo FALA – ponto de cultura livre formado por artistas, produtores e arte educadores atuantes principalmente em Belford Roxo e Duque de Caxias.
Lanatanpa – criado com objetivo de promover a transformação de crianças e adolescentes em vulnerabilidade social através da cultura hip hop, com metodologias que estimulam o desenvolvimento pessoal e social.
– Oficina “Pixo: minha marca em meio ao caos”– Com Laís Moraes e Pedro de Almeida
Corpo, cidade, presença. A partir do entendimento de que os corpos também interferem e se inscrevem no espaço, os públicos serão convidados a desenvolver e produzir uma marca gráfica pessoal, articulando questões como representação de si, individualidade e coletividade, entre outras, a partis das artes gráficas urbanas. (25 vagas)
17h – 19h – Abertura CORPO-NÓS Ocupação Cultural dos Percursos Formativos no MAR – Auditório MAR
Abertura oficial com a presença de representantes do MAR, do BNDES, das coordenadoras e dos participantes do projeto Percursos Formativos.
Carlos Gradim– Diretor Presidente do Instituto Odeon
Marcelo Campos – Curador Chefe MAR
Izabela Pucu – Coordenadora de Educação e dos Percursos Formativos MAR
Fabrício Brollo Dunham – Gerente do Depto. de Educação e Cultura BNDES
Janaina da Silveira Sobrinho – Depto. de Desenvolvimento Urbano, Cultura e Turismo BNDES
Alícia Mel, Andressa Oliveira, Bruno Vianna, Désirée Marie, Gabi Patitucci, Jorge Rosendo, Luana Alves, Luana Guimarães, Marcos Carvalho, Matheus Serpa, Milena Carrilho, Thailany Inara, Vitor Neptün, Vivian Cazé e Lucas Ferreira – Jovens participantes dos Percursos Formativos
Karen Aquini – Coordenadora pedagógica Percursos Formativos
29/01 – Quarta-feira
10h – 12h
Espaço Concha | Parque Machado de Assis – Morro do Pinto
Oficina “Corpo fala”
A partir da ideia de escuta, vamos pensar as formas de comunicação e convivência na diferença, através de brincadeiras e da construção de pequenos objetos como telefone sem fio, telefone de copos e de jogos corporais. Participação das crianças da Colônia de Férias do Parque
14h – 20h – Curso Não conformidades: performatividade de gênero e arte na cena drag
O curso terá como foco discutir as questões que envolvem a construção de corpos e identidades a partir da perspectiva do Drag como figura de performance e expressão de inquietudes de padrões de corpos binários. Através de mesas de conversa e performances, aprofundará os atravessamentos e experiências de artistas e pessoas trans sobre identidade de gênero e expressão de seus corpos.
(75 vagas – Distribuição de senhas a partir das 9h30 na recepção do MAR)
14h – 16h – Aula inaugural “Arte, montação e performatividade”
Com Rafael Bqueer e performance de Azre
Mediação: Izabela Pucu
16h – 18h – Mesa “Mulher e performatividade de gênero na cena drag”
Com Maíra Barillo, Latisha Samedi e performance de Júpiter
Mediação: Neptün e Preta QueenB Rull
18h – 20h – Mesa “Expressividade de gênero LGBTQI+ e periferia”
Com Guilherme Ambar, Irmãos Brasil e performance de Conga Bombréia.
Mediação: Neptün e Preta QueenB Rull
30/01 – Quinta Feira
10h – 12h – Ativação Espaço Concha – Pilotis MAR
Oficina “Onde tem pipa, tem céu” – Com Seu José Coelho, pipeiro da Maré
A oficina convida o público a confeccionar pipas e retratar seus sonhos e desejos de futuros nelas. Dando linha às pipas, possibilitamos que os sonhos ganhem céu. Participação das crianças da Lona Cultural da Maré.
15h – 18h – Ativação Espaço Concha – Biblioteca MAR e Exposição “Uóhol”
– Oficina “Heroínas negras” + Roda de conversa “E se os livros tivessem razão? Autorias negras e contranarrativas” – Com Juliana Andrade (Representante do RJ no parlamento juvenil do Mercosul e co-criadora do coletivo Agbara), Rodrigo Oliveira (Jovem com estudo sobre a participação feminina no Candomblé, idealizador do documentário “Importância de Uma”)
Mediação: Jorge Rosendo e Luana Guimarães, jovens dos Percursos Formativos.
A partir do conjunto de livros de autorias negras feitas pela pesquisadora Fernanda Felisberto para a Biblioteca e Centro de Documentação MAR, será estabelecido um debate sobre ações afirmativas ligadas à etnia no âmbito dos acervos, das políticas culturais e da visibilidade das autoria negras. Em diálogo com a obra “Heroínas negras brasileiras em 15 cordéis” da escritora Jarid Arraes, um dos livros da seleção feita por Felisberto, o público será convidado, tendo como referência o Cordel, para registrar e ilustrar a narrativa de suas heroínas negras.
31/01 – Sexta-feira
10h – 12h – Ativação Espaço Concha – Pilotis MAR
Oficina “Onde tem pipa, tem céu.”
A oficina convida o público a confeccionar pipas e retratar seus sonhos e desejos de futuros nelas. Dando linha às pipas, possibilitamos que os sonhos ganhem céu. Participação das crianças do Projeto Marvin e Roda Transcultural.
14h – 16h– Ativação Espaço Concha – Praça XV
Oficina “Stêncil: traçar ausências, semelhanças e diferenças”
Quais as diferenças entre a Praça XV e a Praça Mauá? Quais são as semelhanças? O que você sente falta nelas? Convidamos o público a utilizar a técnica do stencil para produzir estampas a partir das semelhanças e diferenças percebidas, usando as paredes do Espaço concha e o corpo como suporte. Depois da oficina – entre 16h30 e 18h – os participantes vão até a exposição Rua!, em cartaz no MAR, para usar a pista de skate, obra sonora e interativa proposta pelos artistas Guga Ferraz e Daniel Castanheira. No caminho exploraremos também as possibilidades no trânsito entre as praças pensando instrumentos de mobilidade que atravessam a cidade além do skate, como bicicletas, patinetes, etc.
01/02 – Sábado
14h – 15h30 – Ativação do Espaço Concha – Pilotis MAR
– Roda de Conversa “Corpo potência: jovens e produção cultural”
As manifestações culturais produzidas fora dos circuitos hegemônicos, hoje e historicamente, têm se mostrado de grande potência. São justamente manifestações que, em muitos casos, são criminalizadas ou não reconhecidas em seus locais de origem, mas que acabam constituindo a marca da cultura brasileira. Nesta roda de conversa teremos a oportunidade de conhecer alguns corpos-potência que mobilizam iniciativas culturais em seus territórios para discutir o impacto e importância de suas ações, assim como as questões e desafios de produzir cultura nas periferias.
Maiana Santos – co-fundadoras da Trupe do M.E.R.D.A. de Nilópolis
Raúl Santiago – ativista e empreendedor, Projeto Movimentos e Papo Reto
Participante do projeto Rio de Encontros
Mediação: Lucas Ferreira e Bruno Vianna, jovens dos Percursos Formativos
15h30 – 17h– Oficina Manifesta
Como os nossos corpos podem coletivamente manifestar algo que nos represente? A proposta convida o público, inspirado e impulsionado pela roda de conversa, a pensar e a cocriar democraticamente uma faixa que expresse os anseios e as pautas urgentes para o desenvolvimento do cenário cultural carioca.
17h – 20h – Aula-show de encerramento CORPO_NÓS com Orquestra Barracão e Bloco Cultural Agbara Dudu e Dj Wallabê
Festividade! Momento de celebração e fechamento do projeto Percursos Formativos. O Barracão é uma orquestra ligada a uma escola de música homônima, que nasceu em um terreiro de candomblé no São Bento, em Duque de Caxias. Sua musicalidade tem influência da cultura afro brasileira e da poesia falada, marcas do grupo assim como a experimentação. Na ocasião o Barracão apresentará um show com músicas e poesias de seu repertório, com a participação do DJ Wallabê. O nome Agbara Dudu significa em yorubá “Força negra”. Considerado o primeiro bloco afro do Rio de Janeiro, foi fundado em 1982 em Oswaldo Cruz, com a característica de mantenedor das tradições, tarefa a que se dedicam seus membros mesmo fora do período de carnaval. Neste dia, o bloco vai puxar uma aula-show que vai envolver e empolgar público.
Saiba mais sobre os eixos curatoriais da ocupação CORPO_NÓS
Museu – Representatividades, outras epistemologias, outras museologias, patrimônio vivo e patrimônio cultural, pluralidade dos discursos, desconstrução da cultura hegemônica, acesso, relação público-museu, diversidade, acessibilidade, decolonialidade.
Território – desmistificação das culturas marginalizadas, favela, ancestralidade, artes gráficas urbanas, cultura da pipa, cultura do funk, cultura do rap e das rodas de rima.
Construção de si – Gênero, identidade, expressão de gênero e performatividade, corpo feminino, feminilidade, outras masculinidades, novas pedagogias, infâncias.
Propositores
Alícia Mel, Andressa Oliveira, Bruno Vianna, Désirée Marie, Gabi Patitucci, Jorge Rosendo, Luana Alves, Luana Guimarães, Marcos Carvalho, Matheus Serpa, Milena Carrilho, Thailany Inara, Vitor Neptün, Vivian Cazé e Lucas Ferreira
Coordenação geral
Izabela Pucu
Coordenação Pedagógica
Karen Aquini
Comunicação e projeto gráfico
Gato Mídia
Projeto Espaço Concha
Estúdio Chão
Professores e orientadores
Agrippina Manhattan
Alexis Peskini
Alice Corrêa
Ana Terra
André Vargas
Andrea Santos
Andressa Núbia
Auricelia Padilha Mercês
Bruno Ramos
Carolina Ficheira
Clarissa Diniz
Consuelo Bassanesi
Diana Kolker
Elaine Rosa
Eliana Souza Silva
Elilson Gomes de Nascimento
Evandro Salles
Fernando Porto
Georges Marques
Iah Bahia
Ilana Strozenberg
Ivair Reinaldim
Izabela Pucu
Jade Maria Zimbra
Jéssica Hipólito
Jon Thomaz
Karen Aquini
Lia Rodrigues
Linda Maria
Lucas van Hombeeck
Luis Guilherme Vergara
Luiz Antonio Simas
Luiza Mello
Mara Pereira
Marcela Lisboa
Marcelo Campos
Marcos Meireles
Maria Rita Valentim
Mario Chagas
Marisa Mello
Maurício Silva
Pe. Mauro Luiz Silva
Maxwell Alexandre
Natália Nichols
Natália Oliveira
Natalie Peixoto
Nataraj Trinta
Natasha Guimarães
Noan Moreira
Panmela Castro
Priscilla Souza
Rafael BQueer
Rafael Cruz
Rafael Zacca
Raphael Fonseca
Renato Dias
Richarlls Martins
Roberta Campos
Rubia Mazzini
Sandro Garcia
Stella Paiva
Tatiana Lopes
Teresa Guilhon
Thamyra Tâmara
Thelma Villas Bôas
Thyago Corrêa
Vanessa Pinheiro
Vera Saboya
Wesley Ribeiro
Instituições parceiras
Museu de Arte Moderna
Museu Casa Bumba Meu Boi Raízes de Gericinó
Museu Histórico Nacional
Museu de Arte Contemporânea Bispo do Rosário
Instituto Moreira Salles
Muquifu – Museu de Quilombos e Favelas Urbanos
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