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Com cerca de 900 obras, a exposição “BAILE FUNK: Um grito de liberdade” inaugura no dia 21 de junho, na França.  A emblemática exposição do MAR apresenta a história do funk e marca a temporada do Brasil na França 2025

O Museu de Arte do Rio (MAR) atravessa fronteiras e conquista a cena internacional ao desembarcar em solo europeu.  A exposição “BAILE FUNK: Um grito de liberdade” inaugura no dia 21 de junho de 2025 na Maison Folie Wazemmes, em Lille, na França. A mostra, que ficou um ano e seis meses em cartaz no mais carioca dos museus, foi um sucesso de crítica e de público, atingindo a marca de quase 400 mil visitantes. Com curadoria da Equipe MAR junto a Taísa Machado e Dom Filó, a mostra contou também com a colaboração de consultores, como Deize Tigrona, Celly IDD, Tamiris Coutinho, Glau Tavares, Sir Dema, GG Albuquerque, Marcelo B Groove, Leo Moraes e Zulu TR. A exposição na França tem o patrocínio do Banco do Brasil através da Lei de Incentivo e do Ministério da Cultura. 

A mostra ganhou repercussão na imprensa internacional, sendo destaque em jornais como The Guardian, que apontou a exposição como uma “celebração que coloca a música antes rejeitada pelas elites como uma longa tradição de cultura e resistência negra”, assim como o espanhol El País, que destacou o sucesso da mostra: “Uma fila tão longa em uma tarde de dia de semana para entrar em um museu no Brasil é impressionante. Ainda mais extraordinário é que boa parte dos que esperam para comprar seus ingressos tem menos de 30 anos. A exposição ‘FUNK: Um grito de liberdade’ faz sucesso de público desde sua inauguração”. 

Agora, a mostra irá apresentar ao público europeu a história do funk, para além da sua sonoridade, também evidenciando a matriz cultural urbana, periférica, a sua dimensão coreográfica, as suas comunidades, os seus desdobramentos estéticos, políticos e econômicos ao imaginário que em torno dele foi constituído. “Funk é um tema coletivo. Durante muitos momentos no Museu de Arte do Rio, fomos instigados a fazer uma exposição sobre o funk carioca. A exposição é dividida em duas partes. A primeira é sobre o soul, esse movimento de músicas importadas dos anos 70 e 80, que ganhou repercussão no Brasil e, é claro, influenciou o consumo também de roupas, sapatos, cabelos… a estética que vira consumo. Já a segunda parte é toda dedicada ao baile de favela, que hoje constitui, talvez, uma das maiores forças de produção artística carioca e nacional. A gente mergulha nisso, na história dos bailes, instalados em vários lugares, mas sempre dentro das comunidades”, antecipa Marcelo Campos, Curador Chefe do museu.

A abordagem vai se estender, ainda, à presença do funk nas mais variadas dimensões e práticas culturais, com especial atenção ao campo das artes visuais contemporâneas, para as quais o funk foi uma referência de visualidade, de resistência política, de alteridade e de forma. Objetos próprios da história do estilo musical serão combinados a uma profusão audiovisual de sons, vozes e gestos, bem como atravessados por uma iconografia relacionada ao funk, de modo a convidar o público da cidade a experimentar sua história como uma das mais potentes formas de imaginar e singularizar o Rio de Janeiro. “O MAR reconheceu – através da exposição – que o funk já ganhou o mundo ao ter se internacionalizado como estilo musical que dialoga com muitas vozes e representa nossa cultura diversa, inquieta, ousada e livre. Este é o nosso objetivo: proporcionar ao público um encontro com a dimensão desse tão significativo movimento da cultura carioca e brasileira”, destaca Marcelo Velloso, Diretor-Executivo do MAR. 

Para o MAR, essa é uma exposição carregada de significados que dialogam com a história da cidade do Rio de Janeiro e do Brasil. “Levar ‘FUNK: Um grito de liberdade’ para a França representa um marco na internacionalização do Museu de Arte do Rio como um equipamento cultural capaz de criar e produzir exposições que representem a cultura do nosso país para o mundo”, afirma Rodrigo Rossi, Diretor e Chefe da Representação da Organização de Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI) no Brasil, instituição que faz a gestão do MAR.

A exposição contará com cerca de 900 itens entre fotos, pinturas, instalações, videoarte, discos e textos produzidos por cerca de 100 artistas brasileiros e estrangeiros que participam da exposição. Dentre eles estão: Hebert, Vincent Rosenblatt, Blecaute, Manuela Navas, Maxwell Alexandre, Emerson Rocha, Panmela Castro, Juan Calvet, Gê Vianna, Bruno Lyfe, Deize Tigrona, entre outros. O público europeu poderá interagir com algumas instalações, ouvir músicas, dançar e ler textos que contam a história do ritmo musical pelas salas da Maison Folie Wazemmes.