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A obra  “Frete grátis para todo o Norte, exceto para o Brasil” propõe uma inversão simbólica e política do olhar sobre o país,

No dia 20 de novembro, o Museu de Arte do Rio em parceria com a Casa Brasil vai hastear no topo do Palacete Dom João VI a sua mais nova bandeira que passa a integrar sua fachada: “FRETE GRÁTIS PARA TODO O NORTE, EXCETO PARA O BRASIL”. A obra do artista Rafael Pinto propõe uma inversão simbólica e política do olhar sobre o país, ao transformar uma frase comum em plataformas de comércio eletrônico em uma potente crítica sobre exclusão, pertencimento e identidade. “Criar a bandeira do MAR em parceria com a Casa Brasil é uma ação conjunta de reconhecimento mútuo sobre a importância de pensar o Brasil na arte contemporânea. Nos interessa pensar o Norte do Brasil. E o trabalho de Rafael Pinto vem para nos fazer questionar a mobilidade e o trânsito entre o Sul e o Norte. Rafael parte da informação de promessa de entrega de produtos nas compras on-line que chegam a todos os lugares, menos para o Norte. Ou seja, por que separar o acesso ao Norte? Lembremos a predominância de populações indígenas naquela região e as fronteiras do Norte com outros países da América do Sul. Só podemos, com isso, celebrar essa parceria e nos irmanar à Casa Brasil em sua nova fase”, destaca Marcelo Campos, Curador-Chefe do MAR. 

Com fundo verde e letras amarelas, remetendo à paleta da bandeira nacional, a peça evoca o Brasil ao mesmo tempo em que o questiona. O enunciado — “Frete grátis para todo o Norte, exceto para o Brasil” — nasce do cotidiano vivido por milhares de pessoas ao se depararem com a exclusão em serviços e políticas que prometem atender “todo o país”. Na obra, essa frase se converte em metáfora de um sistema que, sob o discurso da unidade nacional, invisibiliza e distancia o Norte, região essencial para a formação e sustentação do país. “A bandeira é um gesto de afirmação, não de pedido. Ela nasce da ironia vivida por milhares de moradores do Norte ao se depararem com a exclusão em serviços e políticas que prometem atender “todo o país”. Ver ela tremular no MAR será ver o Norte em movimento,  visível, presente, incontornável, retomando o direito de existir dentro do próprio país”, afirma o artista Rafael Pinto. 

Ao transformar um enunciado em bandeira, o gesto artístico propõe uma retomada simbólica do pertencimento. A bandeira, símbolo máximo de identidade e união, torna-se aqui campo de disputa e afirmação de existência. Ela convida o público a refletir sobre quem carrega o peso das desigualdades e quem sustenta a vida — não apenas no Brasil, mas em toda a Amazônia e no mundo. Após o lançamento da bandeira no MAR haverá uma atração musical na Casa Brasil com show da Negona do Axé (https://www.instagram.com/anegonadoaxe/

Nova bandeira do MAR 

Praça Mauá, 5 – Centro/ Rio de Janeiro

Dia 20 de novembro – hasteamento 16 horas

Atração musical com Negona do Axé na Casa Brasil 18h45min

R: Visconde de Itaboraí, 78 / Rio de Janeiro