Mostra “Todos Iguais, Todos Diferentes?” estreia no sábado (11) e provoca o público a refletir sobre a diversidade cultural; entrada para a abertura é gratuita
O Museu de Arte do Rio (MAR) abre a temporada 2023 com exposição que mostra a relação do fotógrafo francês Pierre Fatumbi Verger e seu olhar sobre a diversidade cultural. Em tempos que o mundo apresenta um retorno aos discursos preconceituosos, impregnados com a ideia de supremacia cultural, a mostra “Todos Iguais, Todos Diferentes?”, a Fundação Pierre Verger, através da obra de seu criador, chama a atenção, provoca e incita o público a refletir sobre a diversidade cultural, tema que é, certamente, uma das principais riquezas existentes no mundo. A estreia acontece neste sábado (11). A entrada para a abertura é gratuita.
Em “Todos Iguais, Todos Diferentes?”, as fotografias de Pierre Verger revelam a beleza da pluralidade dos povos e aquilo que foi não apenas o seu objeto de pesquisas e trabalhos, mas, principalmente, o seu objetivo de vida desde que saiu da França, na década de 1930, para buscar o encontro com o outro e consigo mesmo, adotando uma nova forma de viver e de pensar.
Com curadoria de Alex Baradel, a exposição traz mais de 200 fotografias, apresentadas através de diversos formatos e suportes – ampliações recentes e documentos originais – e também por uma projeção utilizando retratos realizados por Verger ao longo da sua vida. A exposição é complementada por depoimentos de diversos artistas, intelectuais e pensadores oriundos dos países fotografados por Verger; a exemplo de Esteban Volkov e Juan Coronel Riveira, netos de Trotsky e de Diego Riveira.
Um livro-catálogo homônimo também foi publicado e apresenta retratos produzidos por Verger entre os anos 1930 e 1970, em mais de 20 países dos cinco continentes; imagens que abordam a diversidade e o respeito, questões que acompanhou Verger durante toda a sua vida. O livro será vendido durante a exposição, na recepção de o museu, pelo valor de R$ 100.
Para Alex Baradel, a essência do pensamento de Verger estão em suas fotografias: “Elas expressam uma das contradições mais importantes, universais e indispensáveis para um mundo harmonioso, mas que infelizmente é raramente aceita: no fundo, somos todos iguais em sermos diferentes; assim, somos todos diferentes, mesmo sendo iguais ou deveríamos sê-lo. E encontramos esse pensamento nas palavras de muitas pessoas que foram entrevistadas na preparação da exposição, citações destacadas de diversas formas, e que giram invariavelmente em torno da importância da preservação da diversidade cultural, do respeito ao outro, e dos movimentos históricos, como ao colonialismo ou a globalização, que ameaçaram e continuam ameaçando essa diversidade.”
Além de trazer um diálogo sobre questões atuais, “Todos Iguais, Todos Diferentes?” reafirma o trabalho fotográfico de Pierre Verger, como obra cosmopolita e atemporal. A mostra apresentará uma releitura da que foi apresentada no Museu da Imagem e do Som, em São Paulo, em 2019, antes da pandemia. A exposição é patrocinada pela GPS, através da Lei Rouanet.
“Com seu olhar curioso Pierre Verger aguça a imaginação do público e reforça a sua preocupação e respeito pela diversidade cultural, que enquadrou perfeitamente durante anos através de suas lentes. É o cuidado que o Museu de Arte do Rio compartilha em todas as exposições que apresenta, principalmente por ser um espaço artístico plural e aberto a todas as expressões culturais”, diz Raphael Callou, Diretor e Chefe da Representação da OEI no Brasil.
A exposição
“Todos Iguais, Todos Diferentes?” apresenta 50 fotografias de 1×1 m; 10 ampliações de 50×50 cm; além de placas contato originas, de 32×24 cm, com 12 retratos em cada. No geral, a exposição apresenta ao público uma quantidade em torno de 200 imagens. A mostra conta, ainda com uma projeção baseada em centenas de retratos realizados por Verger.
O Livro
Publicado pela Fundação Pierre Verger, “Todos Iguais, Todos Diferentes?” traz 158 retratos produzidos por Pierre Verger ao longo da sua vida. Além das fotografias, o livro apresenta prefácio assinado por Rubens Ricupero, assim como textos curatoriais. Tem capa dura, formato de 30×30 cm, 193 páginas, e é impresso pela IPSIS, em papel couché fosco 150g/m.
A Fundação Pierre Verger
Criada em 1988 pelo fotógrafo francês, a Fundação Pierre Verger tem como um dos seus principais objetivos preservar, organizar, pesquisar e divulgar a obra do seu instituidor. Funcionando na casa onde Verger viveu de 1960 até a sua morte, em 1996, a Fundação cuida de um patrimônio cultural de inestimável valor antropológico e artístico, construído ao longo de 60 anos de vivências nos cinco continentes e de incontáveis horas de dedicação à escrita das histórias, experiências e estudos sobre as culturas e os povos que ele conheceu ao redor do mundo.
Serviço:
“Todos Iguais, Todos Diferentes? fotografias de Pierre Fatumbi Verger”
Local: Museu de Arte do Rio: Praça Mauá, 5 – Centro, Rio de Janeiro – RJ
Abertura: sábado, dia 11 de fevereiro, às 11h
Às, 12h visita guiada com o curador Alex Baradel
Entrada para a estreia: gratuita
Funcionamento do MAR: de quinta-feira a domingo, das 11h às 18h (última entrada às 17h)