É do potente imaginário de Yhuri Cruz que seu processo de criação artística se desenvolve. Suas ficções tomam forma através da arte. Esse é o caso de “Revenguê: uma exposição-cena”, que apresenta um novo planeta aos visitantes do Museu de Arte do Rio a partir do dia 15 de abril. A proposta expositiva do artista visual, escritor e dramaturgo Yhuri Cruz é inspirada numa ficção desenvolvida por ele nos últimos anos. “Eu fiquei tão dentro dessa história que eu comecei a desenhar, a criar instalações e um projeto de encenação. O meu trabalho basicamente vem muito das ficções que eu escrevo, esse é o lugar que eu estou mais pautado dentro da arte”, conta o artista.
“Revenguê” é uma expressão nova, uma palavra que não existe, mas é um vocábulo que deriva da palavra inglesa revenge, que em português significa vingança. Yhuri revela que Revenguê é uma história que trata sobre a vingança da vida e a política da presença. Divida em quatro núcleos, a exposição contará, em alguns momentos, com a performance de Yhuri e outros seis artistas. “As pessoas vão entrar na sala e estar em um lugar fantástico: com chão vermelho, arquibancadas, em uma espécie de arena. Sentar, fruir e meditar é o que a gente quer para o público. Revenguê vai nascer 50% pronta, a cada encenação, pelo menos de 3 a 4 obras serão feitas em cena, então é sobre ritualizar esse processo de criação, é sobre ver a obra criada ao vivo”, afirma Yhuri. Ao longo dos próximos meses, o espaço expositivo também receberá shows e palestras.
A curadoria da exposição é de Marcelo Campos, Amanda Bonan, Jean Carlos Azuos, Amanda Rezende e Thayná Trindade. Para a equipe curatorial, a mostra traz aspectos do afrofuturismo e coloca Yhuri Cruz como um artista singular, que consegue, através da sua poética, unir as artes visuais à ficção. “Eu acho que o trabalho do Yhuri Cruz tem uma novidade para nós. Você não encontra isso em muitos artistas, essa ideia de uma exposição-cena. Então, o que é bonito é que é uma exposição muito imersiva, de apelo popular muito grande, porque é de fato um ambiente que está sendo criado e por outro lado ele vai encenar essa história com outros artistas junto com ele”, destaca Marcelo Campos, curador-chefe do MAR.
Apresentar novas linguagens e representações artísticas é um dos principais objetivos do Museu de Arte do Rio. “Yhuri Cruz é um jovem artista carioca que produz obras que estão sempre dentro de uma história. Por isso, trazer o repertório de Revenguê para dentro do MAR é garantir ao público novas possibilidades de observação e reflexão do fazer artístico. Yhuri faz o uso do seu imaginário através da literatura que se desdobra em obras e performances. Admiramos muito o trabalho desse artista, que se destaca com arquivos da negritude e da sua pesquisa através da encenação e do teatro”, comenta Raphael Callou, diretor e chefe da representação da OEI no Brasil.
Serviço:
Museu de Arte do Rio – MAR
Praça Mauá, 5 – Centro
Funcionamento: quinta-feira a domingo, das 11h às 17h
Abertura: 15/04/2023 – encerramento: 01/10/2023
Horário: 11hs
Encenação:
15 e 16 de Abril às 14hs
(próximas datas a confirmar)