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Mostra “Atlântico Vermelho” inaugurou em Genebra, na Suíça, com obras de 22 artistas brasileiros. A exposição ocorre durante o Fórum Permanente de Afrodescendentes da ONU

Na última terça-feira (16), a Organização das Nações Unidas inaugurou a exposição “Atlântico Vermelho”, com 60 obras de 22 artistas afrodescendentes brasileiros. A mostra tem curadoria de Marcelo Campos, Curador-Chefe do Museu de Arte do Rio (MAR) e expografia de Gisele de Paula, arquiteta que também atua no MAR. A exposição acontece na sede da ONU, em Genebra, na Suíça, durante o 3º Fórum Permanente de Afrodescendentes. A cantora Teresa Cristina fez uma apresentação durante a abertura do evento, que também contou com a presença da Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco e outras autoridades.

É a primeira vez que uma exposição é realizada durante o Fórum Permanente de Afrodescendentes, considerado o evento mais importante das Nações Unidas sobre a questão étnico-racial.  Simbolicamente, celebra a riqueza cultural e amplifica vozes historicamente silenciadas, dando maior projeção internacional aos artistas selecionados. A exposição é uma ação conjunta entre o Instituto Luiz Gama, a ONG Paramar e o Instituto Guimarães Rosa. O Museu de Arte do Rio e a Organização de Estados Ibero-americanos são corealizadores da mostra.

A exposição fica em cartaz até o dia 26 de abril, e está sendo realizada em um dos espaços mais nobres da ONU: no mezanino  ao lado da Sala do Conselho de Direitos Humanos e da Aliança das Civilizações. Artistas brasileiros como Antônio Obá, Nádia Taquary, Maria Macêdo, Jaime Lauriano, Bqueer, Yhuri Cruz, Thais Iroko, Ayrson Heráclito, Sônia Gomes, Rosana Paulino, entre outros, estão expondo obras que pretendem reverberar no público a importância da luta antirracista. “Atlântico Vermelho é uma exposição especialmente pensada para o 3o Fórum Afrodescendente que contou com diversas plenárias e sessões de debates. Por ali, passaram importantes líderes mundiais. Na exposição, trouxemos 22 artistas contemporâneos brasileiros que tratam das relações afrodiasporicas. Assim, artistas de vários estados do Brasil, como, Paraíba, Ceará, Pernambuco, Espírito Santo, Goiânia, Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. Nas obras, as travessias atlânticas aparecem. Contudo, não se trata, apenas, de uma exposição, mas, o projeto tem a ambição de criar cláusulas que possam judicializar os direitos de artistas afrodescendentes”, destaca Marcelo Campos, Curador-Chefe do MAR. Para além da mostra, estão previstos debates sobre direitos humanos, racismo, arte e cultura na agenda do evento.