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Artista visual mostra sua rotina através de pinturas na mostra Luz no Caminho, com entrada gratuita no Museu de Arte do Rio

Artista visual mostra sua rotina através de pinturas na mostra Luz no Caminho, com entrada gratuita no Museu de Arte do Rio

As observações sobre o dia a dia e as paisagens que cruzam o caminho da jovem artista carioca Leoa são alguns dos temas presentes na sua primeira exposição individual, que acontece dia 18 de março, no Museu de Arte do Rio. A mostra tem curadoria de Marcelo Campos, Amanda Bonan, Jean Carlos Azuos, Thayná Trindade e Amanda Rezende. 

Nos dez anos do MAR, a equipe curatorial apresenta a produção pictórica de novos artistas ao público. “Os museus têm uma espécie de gesto que é aguardar a carreira, o sucesso, a fama e a gente quer fazer o oposto. A gente quer pensar que se um museu tem a sua potência vinculada a uma possibilidade de exibição e de ampliação em relação ao que se exibe, a gente quer tentar juntar essas pontas, quer dizer, unir artistas de carreiras muito recentes trazidos para um grande museu, como o MAR”, é o que revela Marcelo Campos, Curador-Chefe do Museu.

Na exposição “Luz no Caminho”, Leoa apresenta uma série de pinturas que tratam de um arranjo visual da sua vida em Bangu, na zona oeste do Rio. A artista de 25 anos espelha a força de seu cotidiano por meio dos atravessamentos, encantamentos e das subjetividades. “Ser do subúrbio carioca me colocou num espaço de pesquisa que envolve o cinza como a cor que liga todas as minhas obras. A exposição narra minha vida como um cotidiano onde observo a natureza da minha realidade social”, destaca Leoa.

 

A curadoria do Museu avalia que os jovens artistas estão promovendo uma espécie de retorno à pintura. “Tem um movimento de artistas figurativos tratando da sua própria realidade, ou alguns tratando da sua ancestralidade ou de personagens, existe um movimento, principalmente de jovens dentro da pintura figurativa, de tratarem dos assuntos de seus cotidianos ou das suas percepções do mundo”, afirma Amanda Bonan, curadora do MAR.

O Museu acredita no papel de abrir espaço e investir em novas artistas. “A Leoa tem uma proposta expositiva que relata a rotina das mulheres, inclusive as desigualdades que habitam essa rotina, entre o trabalho doméstico e a vida nos subúrbios cariocas. E eu entendo que dialogar e poder mostrar isso é também algo de importância de caráter social. Esse é um tema contemporâneo, não é um assunto novo, é um assunto velho, mas que ainda precisa ser reforçado e debatido para que a gente possa cada vez mais combater a misoginia e fortalecer a figura feminina dentro da sociedade para que ela ser o que ela quiser”, destaca Raphael Callou, Diretor do MAR e Chefe da Representação da OEI no Brasil.

O “Sarau do Azevedo” também acontece no sábado, dia 18, nos Pilotis do MAR. O projeto sociocultural que conecta a nova geração a figuras de destaque no mercado musical tem o objetivo de desenvolver a cena da música preta contemporânea em terras cariocas. A edição aberta ao público acontecerá das 14 às 18 horas, a entrada é gratuita.