ABERTURA: 18 DE JUNHO DE 2022
ENCERRAMENTO: 23 DE OUTUBRO DE 2022
Gira, palavra imperativa que expressa movimento. Movimento esse, que o artista Jarbas Lopes faz com os objetos, ressignificando e apresentando obras que propõem interações pautadas pela coletividade. Essa é a ideia de Gira, mostra individual de Jarbas Lopes, que promove uma utópica visão de mundo e nos instiga, entre outras coisas, a questionar o destino final dos objetos que descartamos. Na exposição, o artista com trinta anos de trajetória na arte contemporânea brasileira, lida diretamente com o espectador, convidando o público a estar no museu e a interagir com as obras criando uma participação ativa com algumas das peças.
O processo criativo de Jarbas permeia uma reconfiguração dos objetos e das experiências estéticas, dando um novo significado e movimento, sempre permeados por um tom crítico. O artista usa objetos que foram descartados nas ruas, como jornais, revistas, faixas de divulgação de shows e até propaganda política, que ganham novos significados. Ele cria ambientes que trazem histórias chaves para ampliar as arestas da arte e usa materiais do cotidiano como carros, bicicletas, tintas e elásticos. Suas esculturas e pinturas interativas fazem uma fusão entre tempo, espaço e circunstâncias práticas e ideológicas como participação coletiva, sociabilidade para espaços públicos e usos compartilhados da cidade.
A exposição, que tem curadoria de Amanda Bonan e Marcelo Campos, apresenta cerca de 100 obras que fazem parte da produção do artista, além de trabalhos inéditos e projetos que só existiam até agora no papel. O público vai encontrar diferentes tipos de obras de Jarbas como esculturas, pinturas, fotografias, desenhos, livros, maquetes e instalações.
Na mostra, o público é levado a se questionar sobre a obsolescência dos produtos: por que jogar fora? Quando uma máquina deixa de servir? O que fazer com os restos e sobras? A obra de Jarbas Lopes nos faz refletir sobre os descartes em um Brasil cujas florestas se tornam desertos. De muitos modos, os objetos que o artista nos oferece se mantêm em uso. Enquanto isso, o artista nos convida a ler e a interpretar o mundo. Não há sobras no trabalho dele. Até os restos entram no pensamento de uma outra parte do trabalho.