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Leopoldina, princesa da Independência, das artes e das ciências

O Museu de Arte do Rio inaugura Leopoldina, princesa da Independência, das artes e das ciências. Para apresentar ao público a vida de uma das personalidades mais importantes no processo de emancipação do Brasil às vésperas da efeméride dos 200 anos de sua chegada ao Rio, em 5 de novembro de 1817, a exposição reúne aproximadamente 350 peças – entre obras de arte, iconografia, documentos, vestuário e mobiliário, além de itens de botânica, zoologia e mineralogia. A exposição tem a Petrobras como patrocinadora via Lei Estadual de Incentivo à Cultura, o Itaú como copatrocinador, além do BNDES, da Granado e da Andritz Group como apoiadores da mostra.

Pela primeira vez uma mostra toma conta da passarela que liga a Escola do Olhar ao Pavilhão de Exposições. O espaço será ocupado com uma cronologia narrativa dos principais fatos da vida da Princesa Leopoldina, desde seu nascimento, em 1797, na Áustria, até sua morte em 1826. Nesse contexto, o grande destaque é a coleção de documentos, recém-adquiridos pelo museu, sobre o Congresso de Viena que, realizado em 1815, reorganizou os poderes do continente, então fragmentado por guerras e revoluções. O visitante também poderá entender que o próprio casamento – realizado inicialmente à distância, via procuração – era uma estratégia muito usada pelo país da Europa Ocidental e foi parte dessa tentativa de rever os poderes hegemônicos europeus, expandindo as relações diplomáticas entre Portugal e Áustria.

A chegada da Princesa abriu as portas das Américas em termos tanto comerciais como culturais e sociais. A exposição faz uma ambientação com móveis da época, que poderiam ter sido usados no Palácio de São Cristóvão, assim como objetos que de fato faziam parte do enxoval, como peças de louça com o monograma do casal. Completar essa atmosfera ficará a cargo do visitante, que poderá usar telas interativas para escolher músicas do período. A vida de D. Leopoldina na cidade também será apresentada por meio de cartas que revelavam sua solidão – aguçada pelas dificuldades da língua e do lugar da mulher na sociedade colonial patriarcal –, suas angústias e estratégias para superar as condições de vida no Brasil, agravadas pelo forte calor e grande quantidade de insetos.

Cabe ressaltar as relações de tensão e diversidade cultural vividas por Leopoldina no seu encontro com o contexto social marcado pela escravização de negros e indígenas, questão a qual se dedica um dos núcleos da exposição.

A atuação da Princesa Leopoldina no processo de independência será evidenciada em pinturas e documentos do período que demonstram sua forte articulação política. A mostra lembra a reunião do Conselho de Ministros, presidida por ela, que decidiu pela emancipação do Brasil e terminaria dias depois com o ato simbólico de D. Pedro às margens do rio Ipiranga, declarando a Independência. Essa atribuição heroica ao príncipe regente, que deixa de lado o importante papel de sua esposa, será problematizada pela exposição. Por fim, a mostra lança um olhar para o legado e a forma como sua imagem e trajetória aderiram à história do país. Mesmo com sua morte prematura, aos 29 anos e somente nove após sua chegada aqui, Leopoldina inspirou o nome de ruas, cidades, estações de trem e até mesmo escolas de samba.

Leopoldina, princesa da Independência, das artes e das ciências tem curadoria assinada por Luis Carlos Antonelli, Paulo Herkenhoff e Solange Godoy, e curadoria adjunta por Pieter Tjabbes. A mostra ocupará integralmente o terceiro andar da instituição, que é dedicado ao Rio de Janeiro.

exposição faz uma ambientação com móveis da época, que poderiam ter sido usados no Palácio de São Cristóvão, assim como objetos que de fato faziam parte do enxoval, como peças de louça com o monograma do casal.