Nos dias 23, 24 e 25 de novembro, o Museu de Arte do Rio irá realizar sua VIII Jornada de Educação e Relações Étnico-Raciais. O seminário tem como objetivo o intercâmbio de experiências e reflexões sobre como a arte e a cultura podem contribuir para a construção de uma educação e sociedade antirracista, inclusiva, plural e democrática.
Realizado desde 2013 pelo MAR, o evento irá acontecer online este ano, com transmissão ao vivo pelo Youtube do museu. A Jornada de Educação e Relações Étnico-Raciais do MAR é uma ação do Programa Formação e Extensão Universitária, que integra a programação da Escola do Olhar dedicada ao mês da Consciência Negra. Ela é composta por laboratórios, apresentação de pesquisas, projetos e trabalhos em desenvolvimento ou já realizados em espaços escolares e não escolares de educação. O encontro conta com conferências, oficinas, minicursos e mesas de debate com convidados que dialogam com os campos da educação, cultura, arte, literatura, direitos humanos, cultura afro-brasileira e história da África.
PROGRAMAÇÃO:
>> Segunda-feira, 23 de novembro
10h – Fala de abertura com o coordenador de educação do MAR, Hugo Oliveira
10h10 -10h30 – Divulgação da experiência de produção do e-book da VII Jornada de Educação e Relações Étnico-Raciais (2019), com Natália Nichols
Lançamento do ebook da VII Jornada, realizada em 2019, reunindo os conteúdos e as temáticas que constituíram o encontro.
10h30 às 12h – Palestra de abertura: “O corpo como casa”, com Taisa Machado e Uýra Sodoma / Mediação: Marcelo Campos
A primeira mesa da VIII Jornada de Educação e Relações Étnico-Raciais irá reunir as artistas Taisa Machado e Úyra Sodoma, sob a mediação do curador-chefe do MAR, Marcelo Campos, para repensar o corpo e reverter os traumas da colonialidade, na compreensão da casa como aquilo que nos afeta na relação espiritual e dos territórios que atravessamos. De que maneira a educação e as práticas decoloniais e antirracistas residem na morada do corpo? Quais afetações a favela e a floresta podem nos ensinar sobre os caminhos de uma educação emancipadora?
14h às 15h30 – Oficina “Corpo fala” com os educadores do MAR Fernando Porto e Mariana Gon
Hoje fala-se muito em descolonizar os espaços, os pensamentos, sem antes pensar em descolonizar o nosso próprio corpo, refletir sobre suas potências, prazeres e dores. Somos colonizados através dos corpos, somatizados pelas angústias modernas, pelas novas enfermidades e escravizações. Então, como um corpo que carrega tantas histórias, encontros e lugares, se expressa e se comunica de forma criativa e engajada? E hoje, no contexto de pandemia, em que precisamos nos manter em casa socialmente afastados, qual é a nossa relação com o lar e como podemos fazer desse espaço um lugar acolhedor, criativo e lúdico?
Por meio de exercícios teatrais, investigaremos as potências poéticas do corpo e da casa, o que corpo e casa tem a nos ensinar e como podemos articulá-los em um jogo lúdico, criativo e cênico, utilizando seus espaços e objetos para criar releituras de obras da Coleção MAR.
16h às 17h – Performance “Servir ou morrer”, com Raphael Cruz
Sinopse: Nesta performance, Cruz assume o papel de assalariado vestindo seu terno. Após ser impedido de ir à labuta por um imprevisto, é forçado automaticamente a trocar seu serviço por servente de chá para fazer sala aos visitantes exigentes.
>> Terça-feira, 24 de novembro
10h às 12h – 5 comunicadores (15 minutos de apresentação cada)
TERRITÓRIOS E ESPAÇOS CULTURAIS
Cultivar-se – Geancarlos Barbosa e Niara do Sol.
De impérios africanos ao Rio de Janeiro: reflexões brincantes – Gabriela Cyrne e Maria Rita Valentim.
Valongo, cais de ideias: uma experiência de educação patrimonial em uma perspectiva antirracista – Jéssica Hipólito e Luís Araújo.
Mãos que falam e bordam – Ensino da cultura afro-brasileira para surdos através do bordado – Elaine Jansen Pereira.
Cartografias e narrativas da presença negra na cidade – Gabriela Leandro Pereira. Co-autoras: Sofia de Carvalho Costa e Lima e Thalia Santos Silva.
13h às 14h30 – 4 comunicadores (15 minutos de apresentação cada)
MULTIDISCIPLINARIDADES E COMUNIDADE ESCOLAR
Quem conta um conto aumenta um canto: desestabilizando padrões racistas de beleza – Érika Coachman, Gilberto Da Hora, Izabelle Fernandes, Letícia Carvalho da Silva de Oliveira, Maria Alice Sena, Maksin Oliveira e Silvia Velasco (CAP-UFRJ).
Neab-Sankofa no MAR: protagonismo da juventude negra durante a pandemia – Bárbara Natasha, Janete Santos Ribeiro e Larissa Lopes Cândido.
Afropop: cultura e resistência – A experiência de uma disciplina eletiva na implementação da Lei 10.639/03 no currículo escolar – Karla Monteiro Paranhos.
Trabalhando a África na educação infantil: desafios e perspectivas – Luiza Mandela Silva Soares.
14h30 às 16h – 4 comunicadores (15 minutos de apresentação cada)
IMAGINÁRIOS E LINGUAGENS
Enegrecendo o imaginário: uma proposta de intervenção literária na construção de uma autoestima do aluno negro – Heloisa de Souza.
Uma educação para as relações étnico-raciais: experiências no ensino de arte – Pablo Enrique Abraham Zunino e Wendel Salvador Santos.
Passinho brabo: superando desafios pandêmicos através da memória em cordel de Manguinhos – Marco Aurélio da Conceição Correa.
Núcleo de Estudos e Extensão em Grafia e Herança Africana – NEGHA UFRJ | Herança e conhecimento africano e afrobrasileiro na (re)construção da identidade negra no ensino – Brenda Mel Cosmo De Castro, Dandara Augusto Dos Santos e Gabrielle Braz Santos Brandão.
16h10 às 18h – Mesa “Educação, mídias e práticas de enfrentamento ao racismo”, com Renato Noguera – UFRRJ, Janaína de Azevedo Corenza – IFRJ e Naine Terena PUC/SP / Mediação: Hugo Oliveira
A segunda mesa da VIII Jornada de Educação e Relações Étnico-Raciais recebe os professores Renato Noguera (UFRRJ), Janaína de Azevedo Corenza (IFRJ) e Naine Terena (PUC-SP) para debater sobre educação, mídias e práticas de enfrentamento ao racismo. O painel, sob a mediação do coordenador de educação do MAR, Hugo Oliveira, abordará as experiências vividas nos espaços escolarizados e não escolarizados com os professores que lidam com a temática racial a partir de suas pesquisas no campo da educação, filosofia e áreas transversais, assim como a utilização de dispositivos tecnológicos dentro dos campos da educação para discutir as especificidades dos desafios para a implementação das leis 10.639 e 11.645 na superação do racismo.
>> Quarta-feira, 25 de novembro
10h às 13h – Oficina “bell hooks, uma teórica do porvir: as perspectivas de seu pensamento”, com Luana Luna (IFRJ), Vinícius da Silva (IFRJ) e Matheus Ivan (UFAL)
Sinopse: Nesta oficina, os professores irão abordar, de forma panorâmica e expositiva, as questões principais e as metodologias epistemológicas do pensamento de bell hooks — importante teórica crítica, feminista negra e pensadora contemporânea estadunidense. Passando por temas como pedagogia crítica, teoria feminista, teoria de subjetivação e ética do amor, os proponentes buscam estabelecer as pontes e as fronteiras do pensamento de hooks e porque a autora deve ser lida e entendida nos próprios termos.
14h às 16h – Oficina “O corpo negro”, com Valéria Monã
Oficina de transmissão e criação a partir da representação das Yabás. De caráter prático, tem como objetivo maior compartilhar processos de experimentação corporal, incentivando a criação em dança a partir do encontro entre suas corporeidades, suas identidades, ancestralidade e o vocabulário de danças da tradição afro-brasileira.
16h às 18h – Oficina “Afrofuturismo”, com Morena Mariah
O Afrofuturismo reflete essencialmente sobre a existência de um futuro onde pessoas negras vivem. Porém, há perguntas que cercam esta existência: quais utopias nos conduzem ao futuro? Quais ficções orientam a humanidade? Através de um olhar para a história social da mídia, a oficina propõe reflexões sobre o papel das ficções na construção do futuro em diálogo com a educação como ferramenta chave para a transformação.
18h10 às 19h10 – Conferência final “Pedagogia eco-ancestral e nós: na fluidez da água do mar tudo o que é, tudo o que foi e tudo que será”, com Kiusam de Oliveira